Limpeza da alma : o choro revitalizante
‘Um dia desses, eu separo um tempinho e ponho em dia todos os choros que não tenho tido tempo de chorar’ Carlos Drummond de Andrade
O gosto de sal invade a minha boca; meus olhos nublados impedem a visão clara da realidade. Afoguei-me num mar escuro e aterrorizante, mas que, indescritivelmente é capaz de me aliviar, esvaziar, lavar a minha alma e me purificar com o sal que transborda abundantemente de meus poros.
A catarse escorre por meu rosto e palavras sem sentido e doentes ficam aprisionadas em minha garganta. De repente, através de um milagre, o sol surge no horizonte, e como uma mãe protetora, limpa as minhas lágrimas e seca minha dor: é o dia que ressurge após a escuridão momentânea; a esperança que ressuscita após a morte da desilusão.
Será que choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes, como diz Shakespeare? Que dementes seriam esses? Pessoas enclausuradas em si mesmas; castradas emocionalmente, esses são dementes sentimentais; geralmente atores que interpretam um papel que desejariam ser, mas que são apenas máscaras inflexíveis e pétreas que visam esconder o que é temido de ser revelado.
Não é vergonhoso chorar. Águas libertadoras da alma humana, como um rio que inunda um manguezal nas cheias, nutrindo-o e renovando-o para o grande período que estará por vir.
Bruna Lupp
muito bom mesmo.... Ana.
ResponderExcluirAdorei
ResponderExcluirAmei! Você escreve muitíssimo bem. Parabéns!
ResponderExcluirBjs,
Beth
Menina,
ResponderExcluirVc nos faz muito orgulhosa. Parabéns!
Continue escrevendo assim. Bjs,
Lilly e Carlos Roberto