O fim é Deus







    Escutou? Os sinos estão tocando uma música natalina. Cheiro adocicado de biscoitos no ar. Sorrisos quentes me rodeiam. As criancinhas ganharam seus presentes e todos estão alegres e satisfeitos porque “Papai Noel fez um bom trabalho”.
    O dia seguinte chega e tudo volta ao normal ( e as vezes pior …). Os enfeites se espatifam pelo chão; as crianças enjoam das novidades e os adultos gemem de dor pelo excesso da noite pretérita – com as comidas, as bebidas, as falsidades e tudo o que convier para completar o dia especial em que lembramos do nosso semelhante.
    Seis dias depois, mais uma chance de tentarmos recuperar em 1 minuto, entre 23:59 e 00 h, todo o bem que deveríamos desejar nos 365 dias do ano. Pronunciamos belas palavras, brindamos em copos de cristal e, por fim, vamos dormir o sono dos (in)justos. Em 01/01, acordamos com a sensação de que nada mudou.
    A partir desse “déjà vu” dos dias seguintes que se repetem aos do “ano velho”, percebemos que não houve o fim que esperávamos. Os ciclos se entrelaçam em nossas vidas e o comum em todos eles é que sempre estamos buscando um presente especial, chamado “felicidade”. Mas quem será que pode nos vender – mente capitalista – essa tal riqueza? Simples a resposta: o aniversariante do dia 25/12 … que não é o bom velhinho comercializado na Americanas.com.
    Jesus, o príncipe da paz, que há mais de dois mil anos nos iluminou, é o único apto a nos ajudar. Ele está em Deus, como o Pai está com ele, lembra? Viemos da essência divina e lançados no mundo, desejamos alcançar o fim desse grande percurso – composto por subciclos - para retornar ao Pai (mesmo que não saibamos disso conscientemente).
    E aí pensamos, se Deus é o fim, então esse fim nunca acontecerá. Afinal, Deus é eterno, infinito, onisciente, onipotente e onipresente. Se considerarmos a existência de uma finitude, qual seria o sentido do amor de Deus? Como disse o Mestre Nazareno, ele estará conosco até o fim dos tempos. Ou seja, para sempre! Um dia (ainda distante), seremos uno com o Pai e, assim, não nos contentaremos mais com as fugas de realidade do dia 25 (ainda mal compreendido em seu significado) e dia 31, quando tentamos finalizar um presente para começar um futuro.
    Devemos sim, enterrar o Homem Velho para saudar o Homem Novo. Sejamos a flor que perfuma o ambiente e não a que fere com o espinho.

Feliz 2015 ….


                                                                                                                                             Bruna Lupp

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