Era uma vez ...
Essa
é uma história não tão típica dos contos de fadas, mas que tem
seu final feliz. Na verdade, não há um fim definido, pois a vida
nunca termina e a cada dia esse “grand
finale”
vai sendo construído.
“
Num
dia comum eu nasci. Saí do abrigo caloroso do Pai e, depois, do
útero materno e fui lançado ao frio da vida terrena. Que aventura
me esperava. Já acordado, percebi que a jornada não seria tão
fácil, tanto no aspecto material, quanto no sentimental. Sou fruto da
desigualdade social, em que diversas pessoas se amontoam nas favelas,
agora comunidades.
Meu
pai desencarnou cedo, infelizmente - era o meu suporte, um dos
únicos a quem confiava. Mamãe? Não posso contar. Na depressão em
que vivia diariamente, não era capaz de amar. Resultado? Fui
criado na rua, sem seu amor ou consideração ... mas, como bom
filho, logo fui trabalhar para ajudar nas despesas e perdi minha
infância. Brincava com o que tinha ( alegria nunca me faltou). Até
que em mais um dia comum, me vi sozinho em casa – a qual nunca
chamei de lar . Ela se foi com outro . Meus irmãos? Não existiam
mais para mim.
Para
sobreviver, fazia o que podia. Finalmente, em um dia especial, fui
resgatado e conquistei um lar. Cresci , mas nunca abandonei as
raízes. Sou trovador de nascença. A música e rimas correm em
minhas veias. Fiz sucesso em barezinhos e meu nome ficou conhecido –
ninguém me superava nas poesias cantadas. Sempre falei de amor -há
algo melhor? As rimas ficaram mais floridas, quando conheci minha
rosa. Amei-a.
Infelizmente,
impedida por um casamento violento, não conseguimos concretizar
plenamente o nosso amor e um fim trágico nos separou. Futuramente, Deus me concedeu a oportunidade de renovação pessoal e
oportunidades de sanar minhas dívidas cármicas. Quem sabe um dia,
no infinito, eu e ela não poderemos viver na Terra (ou em outros
planos) nosso amor verdadeiro”.
Após
a leitura dessa história de vida, refleti em como seus
acontecimentos retratam, de certa forma, a realidade da qual somos
o personagem principal.
Experenciadores
da desigualdade social e da sordidez do mundo, muitas vezes nos vemos
órfãos de pais. Caimos no mundo e de repente temos que cuidar de
nossa própria casa e destino. Quão desolador isso é! A solidão é
uma das chagas que nos corroem. Perdidos nas facilidades ilícitas
que aparecem, passamos a viciados nas drogas oferecidas nas ruelas
imundas da Terra e acabamos como mortos vivos a perambular por aí,
sem rumo.
Quem
não souber lidar com os imprevistos diários, tem fim certo nessa
roleta russa – que falsamente esta carregada com todas as balas.
Suicidas em potencial, por vezes, nos encantamos por alguém e
passamos a viver em função do outro – não de forma sadia, mas
sim obsessiva. Como amaremos ao outro se não somos capazes de nos
amar? Hipnotizados com a errônea ideia de que o outro nos dará a
felicidade almejada, somos afogados pelas desilusões e pelo fogo da
paixão. Quem dera encontrar um amor verdadeiro como o de nosso
protagonista … todos tem sua chance, para isso existe o infinito.
Contudo, como diz o ditado “nem tudo são flores” e até o amor
verdadeiro pode ser minado, temporariamente, pela maldade do mundo.
Até
que um belo e ensolarado dia, somos agraciados por mãos amigas a nos
socorrer e limpar as feridas adquiridas. É ELE que nos consola com
seu amor verdadeiro e nos concede a benção da renovação. Acredito
que nos falta as rimas alegres desse personagem retratado
anteriormente, nos falta a música no meio da tristeza. A
felicidade do canto que é emanado por aquele que já conhece a fonte
do Amor puro e que sorveu a água viva
da paz.
Sejamos
cantores da luz, sempre embalados pelas melodias daquele que nunca
nos abandona , daquele que declarou que estará conosco até o fim
dos tempos …
Bruna Lupp
Como sempre, uma verdadeira obra prima filha!
ResponderExcluirSeus textos a cada dia estão mais deliciosos de se ler.
Parabéns minha linda, você tem o dom da palavra, graças a Deus!
Que Deus continue sempre te abençoando e iluminando seus caminhos!
Beijinhos,
Sonya
Perfeito, como sempre. Continue assim! Lilly
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