É hora de confiar no capitão


"Sozinho, não serei capaz de governar o barco" José Saramago
        
       
         "  Em uma noite fria e negra como o ébano,  o mar , até então tranquilo, se enfurece e inicia uma grande luta entre suas ondas,  destruindo tudo o que está em seu caminho. Nesse caminho,  estava um pequeno, mas confortável barco, no qual seus tripulantes, apavorados pela ameaça do eminente naufrágio, buscam se abrigar em qualquer vão que aguente seus corpos trêmulos.
            No meio dessa multidão, confusa e medrosa, estava uma criança brincando feliz com seus brinquedos, sem qualquer alteração em seu semblante que pudesse denunciar medo ou temor. O jovem apenas distraiu-se de sua ocupação quando interrogado por uma mulher desesperada sobre o local que iria se esconder, porque o barco estava afundando. Como resposta, a criança disse :
- Fique calma, tudo dará certo. Papai está conduzindo o barco ”.
            (Um amigo estimado)


Essas viagens em alto mar são cansativas e muitas vezes frustrantes, pois acreditamos, no fundo de nossa alma, que somos exímios capitães. Mas, na verdade, não passamos de meros tripulantes ou auxiliares, quando evoluímos em nosso cargo na vida.
Tantos quilômetros nós ansiamos navegar , conquistando terras, riquezas e brilhantes vitórias, para que orgulhosos, possamos voltar para casa com o ego envaidecido e inchado de feitos heroicos. Não contamos com a possibilidade de sermos surpreendidos no meio da jornada por fortes e devastadores furacões ou imperdoáveis e gigantescas ondas que nos arremessem para caminhos desconhecidos ou pouco desejados por nós. E, durante essas tormentas, nos desesperamos e procuramos, como na narrativa acima, qualquer vão capaz de nos proteger da incerteza fria da morte e destruição.
Já enfrentei algumas ondas leves que se tornaram tsunamis durante a madrugada. Como tive medo, confesso. Porém, no final de todo esse pesadelo, ancorei em ilhas e portos mais seguros do que os planejados milimetricamente por mim, no mapa das verdades ilusórias da matéria. E lá, encontrei todas as oportunidades de construir barcos mais vistosos e potentes para prosseguir viagem em minhas futuras jornadas.
O grande segredo para não se apavorar e afundar durante uma tempestade é confiar no capitão, o único que é verdadeiramente sábio para guiar toda a tripulação em dias ensolarados, nublados ou negros. O capitão é o papai da criança: Deus. Ou, o destino, o tempo, para os que ainda não creem Nele.
            É preciso aproveitar a viagem tão curta da vida , que nos proporciona no caminho tantas paisagens belas e paradisíacas. O nosso dever nessa viagem é tentarmos ser felizes, estudando e trabalhando insistentemente para alcançar esse objetivo sublime, que vai além do estar feliz, que é passageiro e sempre destruído quando o barco balança.

Bruna Lupp

Comentários

  1. Lindo texto, Bruna. Vc está amadurecendo muito rápido. Bjs, Lilly

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  2. Adorei!! vamos deixar,então,o navio seguir sem preocupação, afinal que comanda é o Capitão

    Beijos e escreva logo!

    Rosa

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  3. Seus textos a cada dia estão mais expressivos, querida!
    Que nosso amado Capitão ilumine sempre seus caminhos, para que você possa brilhar cada vez mais, ao longo de sua vida!
    Beijinhos,
    Sonya

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  4. Perfeito... Precisamos definitivamnete perceber que não temos o controle que tanto desejamos.. Ana

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  5. Bruna, Bruna, me desculpe!Nos últimos dias, minha cabeça só pensou em feriado e atrasei o meu comentário.

    Mas, dessa vez, vou ficar devendo um comentário mais atencioso. É que, como você escreve, existem pessoas que "ainda" não acreditam em Deus, e eu sou do grupo dos que "já" não acreditam em Deus.

    Como fé e religião não se discutem, vou ficar torcendo pelo seu próximo post e tomar cuidado para comentá-lo assim que for publicado.

    Abração.
    Jorge

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  6. Confiar em sí mesmo e acreditar sempre!

    Bjus
    Adélia M. Moura

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