Falando de amor



    Quando pensei em escrever sobre o amor, supus que seria uma tarefa sem grandes esforços e queima de neurônios, afinal, é um tema sempre debatido e mais do que comentado entre as pessoas, virando até o que se chama de "clichê", ou seja, algo padronizado, como um script ... mas quão enganada eu estava.
    Um dia desses, me lembrei de algumas estórias sobre as aventuras amorosas de minha vó, que as contava fascinada e com olhar brilhante. Para ela, na época, seria como protagonizar um clássico no estilo de Romeu e Julieta, com os cavalheiros enlouquecidos de paixão pela sua beleza pura e virginal, a cercando de bilhetes secretos e flores, nutrindo apenas a esperança de receber em troca um sorriso acalorado de confirmação e reciprocidade.
    Bem, após esse instante nostálgico (de um passado alheio que eu gostaria de viver), tomo consciência de como aquele SENTIR puro, narrado por minha avó, vem se deturpando e adquirindo valores que acredito serem inapropriados: quantos matam e agridem em nome do amor? ... mas que amor?! Conhecer alguém em uma noitada e na semana seguinte ( ou até no mesmo dia! ) dizer que ama, com "a" maiúsculo, virou moda . A palavra "amor" tornou-se o adjetivo do banal.
    A busca desse sentimento está desenfreada, e isso é notável pelo aumento exorbitante das ofertas de sites de relacionamento; os programas televisivos comercializam a promessa do encontro entre "almas gêmeas" em quadros de namoro; as pessoas se desesperam em encontrar o par perfeito, como se o amanhã não fosse existir. Assim, o imediatismo das relações amorosas vem gerando um amor doentio caracterizado pelo apego e ciúmes excessivos, guiados apenas pelo medo de perder algo/alguém, que nem lhe pertence, e acabar seus últimos dias sozinho.
    É preciso SENTIR com racionalidade para dizer que ama. Camões dizia que "o amor é fogo que arde sem se ver", mas, com todo o respeito a esse grande escritor lusitano, eu discordo. O que se queima, consequentemente machuca, e o amor, em seu sentido mais sublime, é como uma brisa fresca que preenche a alma de paz e alegria por simplesmente saber da existência do ser amado.
   No final desse texto, cheguei a conclusão de que nada pode ser dito sobre algo que é inexprimível. Devemos apenas senti-lo, não por meio de fantasias e ilusões como as princesas da Disney e nem de forma desesperada e boêmia, mas sim permitindo que a felicidade invada o ser, sem medo e obsessões.


Comentários

  1. Lindo o texto! você souber usar muito bem as palavras! parabéns

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  2. Nossaaaa Bruninha estou maravilhada! Como vc escreve bem ... e que texto gostoso de ler! Já sou sua fã!

    Beijocas!!

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  3. Seu blog está excelente filha, a cada dia que passa vc me enche de felicidades...sou sua fã n° 01 (mãe "babona", né?) rsrsr...Mas é com muito orgulho que te dedico essas poucas linhas, e vc sabe que é a pura verdade!! Parabéns querida, continue sempre assim, com esse brilhantismo nato, sensibilidade e simplicidade cativante....beijinhos,
    Sonya

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