O bem e o mau




                     Quantas vezes não acordamos de madrugada e temos medo de voltar a dormir? A aflição de nos depararmos com o inconsciente é atordoante. Vemos nossa imagem real, do que somos capazes de ser e sentir e, muitas vezes, é assustador.
                No mundo “real”, acordado, temos nossos filtros pessoais e sociais. É de bom tom refrearmos os instintos primitivos e, ocasionalmente, pensamos “ser bons cidadãos”. Mas o que é o “bom”? Parece uma reflexão muito filosófica para se ter no quarto dia do ano, contudo, este é um pensamento que deve ser sempre revisto e aplicado. A bondade é tudo que não é mau. Que simples ... ou não.
                Em nossa natureza primitiva, o mau nos rodeia sem que possamos nos dar conta. Naturalizamos esse “mau” de forma a o tornar “bom” de acordo com interesses mesquinhos. Dito isto, como saber se somos bons ou não? Além do fator social, o que nos refreia os desejos mais íntimos e insondáveis? Bom senso, talvez. Consciência pesada. Ou somos tão mais pesados que essa “pseudo consciência” se torna nossa aliada nos ardilosos esquemas de nos fazer sentir menos culpa...
                Aqui não há uma resposta final. A cada um caberá a análise que lhe for aprazível. Afinal de contas, o bem e o mau são forças opostas que se completam e formam o “uno” – como na lenda dos lobos “a quem iremos alimentar”? Damos força para o animal que mais nos satisfaz intimamente, mas não podemos reclamar se formos a caça dele na próxima primavera.

Comentários

Postar um comentário

Deixe suas idéias sobre o texto: dicas, sugestões, críticas ... obrigada!

Postagens mais visitadas