No mar da vida

   O ano que se inicia é como a partida de uma jornada no rio caudaloso. A cada remada não se sabe quais as surpresas que aguardam o navegante. Para isso, é preciso que o chefe da embarcação esteja resguardado com suprimentos e equipamentos extra.

   No meio da madrugada, as águas do rio desembocam na imensidão do mar da vida. Tudo começa bem até que uma tempestade ameaça o navio. A proximidade do perigo desespera a todos os tripulantes, menos o marujo mór. Ele sabe que está a salvo e não há nada a temer.

   Com o barco um pouco danificado após a chuva torrencial, reza e suplica misericórdia ao Pai. Ao seu redor, a população ri e chora de insegurança, e o insultam devido a sua esperança infundada, já que estavam perdidos no meio do nada. O dia amanhece, e ele avista uma bela ilha, repleta de mata, o Paraíso. Desembarcam eufóricos, mas, rapidamente, começam a blasfemar . Ilha sem frutos e o único riacho está insalubre.

   De volta ao mar com o barco remendado, o comandante ora a cada minuto, incessantemente, não importa o que seus companheiros de viagem digam. Sua fé vira motivo de risos e piadas constrangedoras. Uma onda terrivel invade a embarcação e todos caem na escuridão do oceano. Entre perdas e mortes, um se salva : não era o mais jovem ou mais corpulento, mas o que tinha a maior fé – o suprimento extra. Das ondas, é arrastado a um ilhéu onde encontra uma árvore repleta de deliciosos frutos. Para que muito? E no restante dos dias daquele ano , se alimentou e viveu em paz. A paz que só Ele é capaz de oferecer.

   Na simplicidade do ilhéu que é possível encontrar o suficiente para viver. Na fé, que se acha o essencial para a vida eterna.

   

Que o ano a despontar seja o mar que nos levará à árvore frondosa de Jesus.