Medo : a escuridão pode estar dentro de nós

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com freqüência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." (William Shakespeare)

Dentro de uma sala escura, em que não reconheço nem o que está ao meu redor, o eco de minha própria voz gritando e suplicando clemência é a companheira escolhida por mim.

Meus pensamentos são conflitantes e desesperados: “que decisão tomar?”, “E se tudo der errado?”. Esse sentimento sufocante de impotência diante do futuro inesperado é o veneno que paralisa meu ser.

De repente, sou despertado da inércia mental em que me encontrava; as luzes se acendem e vejo um livro em cima da cabeceira da cama. Fui até lá e tomado por um êxtase de adrenalina em saber do que se tratava, o abri com rispidez. "Mas o que é isso? Deve haver alguma coisa errada!" , eu me perguntava diante da capa que dizia “O diário da vida de quem lê”. Ele estava completamente vazio, com páginas amareladas e roídas por traças. O vazio me acometeu e como um raio, flashes da minha existência passavam por mim... mas uma existência insípida, sem sentido e atrevimentos, sem emoção. "O que fiz de mim?!”, eu pensava quase gritando. O medo de arriscar na vida era uma chaga que me feria e impedia meu caminhar.

Eu sei que chorar não vai resolver, mas as lágrimas podem lavar o meu passado e presente mal vivido e me permitem tomar consciência que há vida em mim! “Eu sou um corpo pulsante de sangue e energia!”. Essa certeza me dá forças para olhar para frente e entender que tudo na vida passa, sejam sofrimentos, paixões, amores e até ilusões, porém, é preciso ousar, desafiar-se a cada instante para romper com os paradigmas e paranoias que nossa mente cria diante do novo, da felicidade, do amor e de tudo aquilo que poderá transformar a nossa maneira de ser e estar.